terça-feira, 3 de junho de 2008

Concreto


Nas cercanias da urbe
Cinza cidade
De argento ar rarefeito.

Ares particulados
Da fumaça pairada dos veículos
Nas redondezas do cimento.

Periferia afrontada
De rostos sem expressão
Vermes adentram a terra.

Por sibilos térreos
Escuridão suburbana
Expelida de carbono.

Condenadas partículas
A impregnar, a impingir
Os corpos orgânicos.

O que era verde
Agora é negro
Tenta retornar ao seu espaço.

O que foi azul
Tinha vida contida
Turvo e carente de pureza.

O que foi natureza
Agora é humilhada
Mundo de Pedra e concreto.

Davi “El Brujo™”

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