sexta-feira, 18 de julho de 2008

Ché!



Ché!!!
Aqui na região de Botucatu, Piracicaba, Tatuí e afins, existe uma palavrinha que é utilizada para tudo que não se tem resposta imediata. Realmente é uma palavra até simples mas que todos aqui em casa já estamos usando: A PALAVRA CHÉ! para qualquer pergunta sem resposta imediata, ou sentimentos, ou escárnio ou ainda dúvida, a resposta é sempre é Ché! A diferença de seus significados está na entonação, e é ela que vai dar o devido sentido da palavra.
De sábado a noite na praça junto ao coreto onde os músicos tocam as suas modas, junto aos quiosques dos quitutes interioranos, devidamente servidos de cerveja ou da tradicional “amarelinha mardita” famosa e produzida por estas bandas, sempre há aquelas rodas animadas, e interessantes conversas de cidade pequena, tradição sabe? E lá se vai o dicionário de todas as palavras conhecidas do vocabulário português para o lixo...E os locais “paulistinhas” (Também conhecidos por caipiras, com muito orgulho claro!) em animadas conversas perfeitamente entendidas em poucas palavras onde a palavra CHÉ cujo som onomatopéico é capaz de ser entendido perfeitamente.
Eu como ex-habitante da capital, o dito “Paulista!” (conhecidos por paulistanos da capital) Mudei de mala e cúia para cá em Porangaba, depois de 35 anos de “urbe”. Custamos a nos acostumar e por vezes sentimo-nos em algum lugar da China onde a linguagem é o mandarim, aliás, eu Davi Koiti Viana, ex-professor de português e projetista com uma bagagem considerável em Inglês e espanhol, alguma noção de Japonês e italiano, boiei como aquelas bostas em banheiro público onde o “obreiro” esquecera de dar a descarga...Custei a entender aquele estranho linguajar, digno daqueles códigos...Alguém lembra do “Zenit Polar?...Que brincavamos quando pequenos nas salas de aula do primário, várias vezes utilizada como colas naquelas provas difíceis, aquelas em que elaboradamente tentávamos esconder dos professores a nossa trapaça.
Hoje a muito custo, estou integrado ao meio onde vivo...E confesso que até é interessante a praticidade e orgulhosamente acabei me tornando um paulistinha honorário...Vocês não podem imaginar a alta expressividade do CHÉ, e ao modo caipira os sábados de conversa na pracinha central, com cigarrão de “paia” no canto da boca, sempre animadas passaram a ser muito divertidas para nós aqui de casa...Pela comodidade descobrimos que economizando palavrório aumentamos o conteúdo de todas as fofocas de nossa cidade.
Darei quatro exemplos, e leia-se sempre puxando o erre quando aparece...Paulistinha que se preza fala “morrrto”, “Porrrta”, “Merrrda”, “retarrrdado”, :

-Porrrque que isso vai serrr bom para a cidade? Resposta: Ché!!!! (tradução: Eu é que sei?)
-Você vai rrrealmente comerrr essa trolha? R: Ché?! (tradução: porque não?)
-Conseguiu sairrr com aquela “minina” que você estava azarando desde ontem? R: Ché... (Tradução: não...)
-Ocê atrasou o aluguel outrrra vez? R: Ché. (tradução: Sim.)

Viram como é prático a palavrinha Ché? Serve para qualquer tipo de resposta, seja ela afirmativa, negativa, advérbio, verbo, sujeito, conjunção, etc... Aqui "ché" é universal!
Prático não é?
Hein!!? Porque escrevi tamanha baboseira?
Ché!? (tradução: E eu sei lá?)’
Davi “El Brujo™”

1 Comment:

Anônimo said...

rs...Nossa mais uma palavra que aprendi, li ontem e achei interessante...estou aprendendo algumas gírias...as vezes penso...daqui há alguns não vou entender nada do que o meu filho fala...derthhh!!! rs