terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Vejo você entre as flores


Vejo você entre as flores
Entremeadas entre a brutalidade urbana
E as luzes que costumo ver no fim do curso
São como chuva negra caídas
Após o calor de uma tarde cinzenta

Águas de uma vida simplificada
Desolada de cores vivas de sangue
Esvai-se em desespero
Anulam-se os meus atos
Numa sociedade pérfida

Sabendo que deles nada resta de puro
Nem compaixão, mas sobriedade
Exagerada em vídeos de imensa hipocrisia
Em um filme em preto e branco
Vejo você entre as flores

Agora não mais reais
Não são mais coloridas
Apenas representadas por nuances em cinza
O vermelho já não é mais vermelho
O verde já não parece vivo

Catástrofe anunciada gravada no tempo
Já não importa se é primavera ou verão
Sem serventia será o outono
Mas o inverno em tempo
Torna-se grandeza física

O fardo pesado de minha cobrança.
Ainda assim restou-me a visão sem cores
Mesmo que cinzenta e muito sombria
Sofrimento de poder ainda dizer:
Vejo você entre as flores

Davi El Brujo
21-11-2011

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