terça-feira, 28 de outubro de 2008

Criado Mudo




Permito-me a olhar
E mesmo sem você saber
Ter o desejo de te tocar
Mas não saber ainda o que sinto
Então te privo de meus sentimentos
E ouso, ainda assim, pensar em você
Nada te digo por que egoísta sou

E quero amar você, eu somente,
Não quero que me ame
Mas não saberás que estou aqui
A querer sonhar com você
Já à noite em meu leito
Deitar-me-ei Solitário
Em meu sonho viajarei

Nos seus carinhos, eu sei
No criado mudo, muda está
Uma foto sua, estática
Como a sorrir para mim
Adormecerei solitário
Mas sonharei contigo
Mas sei que amanhã despertarei

Não mais solitário
Porque ao abrir os olhos
Verei o seu retrato
Estático no criado mudo
Mas sorrindo para mim
E eu então sorrirei para você
Mesmo que você não saiba

Davi “El Brujo™”

Algorítmo




Eu vejo você sorrindo para mim
Diante da câmera em sua imagem desfoque
Penumbra de suas cores
E uma aura eletrônica ao seu redor
És linda, és intocável
E andas por entre as letras
Confunde-se ao brilho da tela

Variadas matizes, tremeluz
Refunde-se aos meus sentimentos
E a minha saudade eletrônica
É virtual, mas é real sua presença
Aceitas meu carinho cibernético
A setinha na tela percorre
Pelo seu rosto em brevidade

Vivencia as freqüências
Que vagam pelo ar, vivas
É a sua presença sem foco
É a vontade de te encontrar
Que fazem da minha noite, o seu dia
O Algoritmo de sua existência...
O espelho eletrônico do meu viver

Davi “El brujo™”

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sou eu



Sou eu...
Que invado seus sonhos

Prenunciastes isto a mim
Que silenciosamente te quis
Viajei em seus segredos
De seus pensamentos
Ao beijo não roubado

Vi rubor de sua face
E senti o seu calor
Se misturando ao meu
Mas em sonhos não me evitou
Mas guardei o que sinto

Desejou estar em meus braços
Rodeei-te galanteador
E de assalto bombardeei-te
Com palavras seduzir-te-ei
Sentirá então o calor do meu corpo

Não adiantaria relutar
E o seu desejo agora
Cura-se em meus braços
Espelha-se em minhas mãos
Sacia-se em meu corpo

Sou eu...
Que agora habito seus sonhos

Davi “El Brujo™” 21-10-2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Contra Poema "Anjo Safado" à "Anjo sem as Asas"


Os Mistérios do desejo humano por vezes nos fazem entrar em "parafusos", ao descrever os meus sentimentos, compus o Poema Anjo Sem as Asas, em resposta, não menos sentimental, recebo a sincronia daquilo que faz meu coração doer de prazer de uma pessoa muito especial...Somos como Fogo e Palha! Vejam a beleza de sentimentos desta adorável criatura....



ANJO SAFADO


Um anjo safado, Caiu no quintal
Procurando uma flor
Escondida, à adormecer

Com as mãos safadinhas,
Explorou o jardim
Encontrou uma flor,
Ávida de amor.

Anjinho safado,
Começou a despetalar
A flor safadinha
Deixou ele brincar
E o anjinho safado
Entrou sem bater...

Anjinho safado,
Não quis mais voar
E os dois safadinhos
Adormeceram...
...bêbados de amor...

Toshiko Inoshishi

"Anjo sem as asas"




Anjo sem as Asas

Anjo sem as asas
Caíste no meu quintal
E roubaste o meu olhar
Viste meu desejo consentido
E agora indecentemente
Perambula em meu espírito

Anjo sem as asas
Trouxeste consigo um sol
Já fazia tanto tempo
Que não sabia qual era esse calor
O fulgor de fato sentido
De algo a me queimar

Anjo sem as asas
Vieste do alto das nuvens
Quebraste meu orgulho
Despertaste o meu desejo
Entraste em minha vida
E fez que meu chão tremesse

Anjo sem as asas
Quero você presente
Mas não quero que me toques
És o fogo a me provocar
Serei inflamável se me tocares
Mas reluto por não te querer

Anjo sem as asas
Não me possua, eu peço
Tenho a alma frágil
Mas um dia também voei
E eu caí, doeu meu coração
E eu sofri, me consumi, vivi

Anjo sem as asas
Eu te amarei sempre
Mas deixe-me aqui no chão
Alce sozinho o seu vôo
Porque não sobreviverei
Se por acaso me deixares cair.

Davi “El brujo™” 20-10-2008

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Etéreo




Essa chuva leve que cai
Prenuncia minha vida passada
Descobri meus sentimentos de outras eras
E entre a areia e as pedras
O brilho vermelho
Do monumento de Tomie
A imigração do oriente

É de metal, Etéreo...
Parece apontar para o mar
Ao longo das pedras
Inerentes as ondas
Ele aponta ao longe
Mostra perpétuo
O lugar de onde vim.

Davi “El brujo™”

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Presente de Iemanjá



Com os pés na areia
Em visão longe da praia
Vislumbro o mar azul
E com os olhos no horizonte
Procurei uma razão de ser
Salobro o sabor da água

Sais são sua composição sódica
Em eletrólise intrigante
Magnetismo puro da alma
E com meus pés na maré
Imaginei um emissário ao mar
E orei bastante com fé

Leve todas as mágoas
E que não mais voltem
Venham as ondas a mim
Lambam ritmadas as minhas pernas
Tragam as rosas do mar
Como presente de Iemanjá.

Davi “El Brujo™”

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

"La porte ouverte”



Deixei a porta aberta
O ar marinho que desperta
O meu desejo por você

E me desfiz de todas as sombras
Diante de meu corpo recostado
Sobre a cama a te esperar

Me extasiei pela luz da lua
Invadindo o quarto agora
Nestas noites perfeitas

Ansiei a sua presença
Desejei ser seu brinquedo
Que viesse e me tocasse

Lasciva, devorando-me
Tomando conta de mim
Saciando seus insanos desejos

Aportar nossos mais doces segredos
E desenhar os seus passos
Em minha alma vadia

Ver seus olhos brilharem vida
Ao por do sol no firmamento
Saber que tem amor no meio

Deixei a porta aberta
Mas você não veio, eu sei
Senti sua presença,

E você me queria, sorri
Mas eu acordei só...
Te desejando e você a mim.

Davi “El Brujo™” 15-10-2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ordinário




Se me quiseres...
Saibas que sou ordinário
Vira-latas implorando seu amor

Num momento breve,
Num flerte leve
Eu vago livre a te rodear
Para quem sabe, ganhar-te

Algo te despertar, tesão
Sua voz muda, perdida em sedução
Vais tremer dentro do teu vestido,
Com meu olhar cruzado ao teu

Não tenho a vergonha,
Que cora seu rosto, agora rubro
Não tenho o pudor, mas o pecado
Que desafia a sua castidade

Eu quero você agora, inteira
E eu me descasco de minhas vestes
Verá a minha pele nua
Ignorando a sua moralidade

Relutando em meus braços
Envolvi a sua cintura
E eu quero te despir,
Te beijar, te provar

Fazer das suas pernas
As minhas ruas e trilhar por elas
Sempre acima, ao norte
Por fim tocar o seu botão

A campainha soará
E a sua porta aberta
Indecentemente escancarada
Entrarei então sem bater...

Se me quiseres...
Saibas que sou ordinário
Porque sairei quando adormeceres...

Davi “El Brujo ™” 9-10-2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Day After (Ao cair da "Ficha")


Dói o meu coração...
E ele já não mais sangra
Deixou de bater por ti
As lágrimas caíram e secaram ao sol
Deixando sombras de separação
Daquilo que um dia foi amor
Deixou mágoas e um triste fim

Dói o meu coração...
E ele já não mais sangra
Endureceu como pedra
Em palavras desferidas
Que dilaceram tudo que sinto
Esse desamor sem contento
E o meu sentimento ao relento

Dói o meu coração...
E ele já não mais sangra
Enquanto o vento sopra cortante
A céu aberto expõe o peito
Em pressa de viver as perdas
De te encontrar em sonhos
Em noites vívidas de paixão

Dói o meu coração...
E ele já não mais sangra
Pela maldosa tortura
Recordar aquele nosso amor
Que um dia senti por você
Ausente de ti agora, mas
Ainda presente dentro de mim

Davi “El Brujo™” 07-10-2008