quarta-feira, 30 de julho de 2008

Caleidoscópio


Fiz um pequeno mundo
Colorido ilógico de vidro
Refraz belo ilusório de cores
Redemoinho fugaz em movimento

Formas!
Todas formas
Nenhuma forma...Então!
Reforma novas formas

Desdobra vivaz retangular
Triangulo em formas e ilusão!

Incontrolável coloração
Brilho e matiz do papel colorido!

E o caleidoscópio que gira
Reflete seu prisma em espelhos!

Cores!
Todas as cores!
Nenhuma cor...Então!
Da ausência surgem novas cores

Cores ora formas
Feitas ora refeitas
Retângulo em triangulo no espelho
No piscar de um olhar.

Davi “El Brujo ™” 30/07/2008

A Vida Passa



A vida passa, passageira
Que abaixo corre como o rio
Em sua corredeira
Sair do lugar
Contornando seus obstáculos

Entre turbilhões de águas
Meu desejo de alcançar
Dentro do labirinto
O meu destino
Nem sempre preciso

Mas deve correr ao mar
E acredito até o fim
O destino confiado a mim
Como o rio
Que deseja o mar até o fim.

Davi “El Brujo™”

Sentir


Não ver os meus passos
Nem os obstáculos que superei
Não saber dizer o que aprendi

Andei e cai
Levantei quando tropecei
Ergui-me mais forte

Conheci meu coração
Analisei meus anseios.
Não deixei o orgulho me dominar.

Não via quem precisava de mim
Mas procurei amar assim mesmo
Mas não percebi quem me cercava

Para não pisar em ninguém
As coisas pequenas, tive que notar
E aprender a valorizá-las

Sentir forças maiores que eu
A natureza e o mundo girando
As estrelas no céu e a lua

Sentir o dia ensolarado
E a chuva que se precipita
As plantas e o solo molhado

Para saber como é grande o universo
Vi o quanto eu era pequeno
Mas assim mesmo sentir ser parte dele.

(Davi “El Brujo™”)

Avenida


Explosão de uma vida
Findada uma esperança
De pulsação,
Pulsa atormentado
Latente e crescente

Meu corpo estremecido
De lágrimas perenes
Que afogam a alma
Que sufocam o espirito
Que atropelam a vida

Pelo tempo que passa
Pelo risco das luzes no asfalto
Da avenida ao coração
Agora pulsa sangue
Agora corre a artéria

Pela passarela virtual
Que tentamos atravessar
Pelo fogo que queima
A nossa alma vazia
Vagando agora à revelia.

Davi “El Brujo™”

terça-feira, 22 de julho de 2008

A Sensibilidade Matou o Artista

Povo que visita o site!!!! Coloco aqui hoje, uma poesia de um cara muito, mas muito talentoso, o qual me orgulho de ser amigo! Fernando César...Simplesmente conhecido por Fera!!!!: Artista Plástico, Poeta, Professor, amante das artes e da Natureza, Um cara que dá valor as amizades sem nada em troca cobrar...Um cara que anda na linha tênue da vida, mesmo sabendo que nascemos, vivemos, morremos todos os dias até que não nos reste mais nada além da nossa essência, Até que não reste nada além da nossa pobre alma...Atormentada, bela, maldita mas incutida em todas as vertentes que um dia aclamamos à Arte!!!! Da minha parte, agradeço o presente e a sua solidariedade de ter dividido a sua arte comigo, Sabes, és um grande amigo, em nossa caminhada ao inferno se necessário for...



A sensibilidade matou o artista
Fernando César

A sensibilidade matou o artista
Por medo da morte
A vida mata
Quem me ensinou a ser louco
Já morreu de overdose
Pois, fácil é a descida para o inferno
E as rosas agora são azuis
As bitucas de cigarro
Congelam no cinzeiro
Da minha sala
Na minha casa
E o medo de ser louco
Matou o poeta
E a poesia já morreu
Da dor mais cáustica
E da doença mais podre
A fome matou o vendedor de chiclete
Como se mata o verme
As flores circundam
No velório do caixão barato
Que é a única coisa que lhe deram na vida
As rosas são azuis
E eu sou louco, louco, louco
Não sou poeta, pintor ou artista
Sou alma livre
E sofro da mesma dor
Dos meus inimigos

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A Lua Como Testemunha - reescrito


A Lua foi testemunha
Da nossa entrega ao desejo
A beira da estrada deserta
Camuflados entre as árvores
Cercados dos canaviais
assobiantes ao vento

No ritmo de nossos corações acelerados
Os corpos na penumbra
Luzes da lua...
Sôfregos ao brilho das estrelas
Com as mãos abracei-te
Despi a sua decência

Descobri mais de seus segredos...
Indicado pelo seu mais secreto botão
Tateado pelas mãos e dedos
Desabrochando em desejos furiosos...
O seu orvalho noturno
como a me esperar...

Sua boca que prova meu corpo
Em êxtase ao clarão da lua,
Nossos corpos roçados
Em perfeito vai-e-vem
Com suas pernas entrelaçadas as minhas
E as unhas cravadas em meu dorso

Estou ferozmente a te adentrar
Urras em direção a lua
Enuncia a perfeição se faz ali
Daquele momento ao êxtase
Cenário para o orgasmo perfeito...
E a Lua como testemunha...

(Davi El Brujo™)

domingo, 20 de julho de 2008

Poeta




O poeta tudo belo vê,
O tempo tudo de belo leva,
Mas na essência da alma
Tudo de belo fica!

O poeta tudo sente,
Em suas areias eternizadas,
Nos corpos presentes,
A realidade do envelhecimento!

O poeta faz-se da poesia,
Escritas disformes nas pedras,
Nas lembranças vão ao pó
Serem compactas às cinzas!

O poeta fez-se do amor.
Dos romances platônicos.
Nas paixões não correspondidas.
Mas desejos os contidos, no espírito!

O poeta vive seus sonhos,
Em penumbras de luzes fugazes,
No delírio relampejado,
Dos rancores, seu destino!

O poeta também sente a ira,
Da raiva encubada na sua alma,
Na incompreensão do seu ser,
De viajar entre as letras, solitário!

Davi “El Brujo™” 20/07/2008.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Ché!



Ché!!!
Aqui na região de Botucatu, Piracicaba, Tatuí e afins, existe uma palavrinha que é utilizada para tudo que não se tem resposta imediata. Realmente é uma palavra até simples mas que todos aqui em casa já estamos usando: A PALAVRA CHÉ! para qualquer pergunta sem resposta imediata, ou sentimentos, ou escárnio ou ainda dúvida, a resposta é sempre é Ché! A diferença de seus significados está na entonação, e é ela que vai dar o devido sentido da palavra.
De sábado a noite na praça junto ao coreto onde os músicos tocam as suas modas, junto aos quiosques dos quitutes interioranos, devidamente servidos de cerveja ou da tradicional “amarelinha mardita” famosa e produzida por estas bandas, sempre há aquelas rodas animadas, e interessantes conversas de cidade pequena, tradição sabe? E lá se vai o dicionário de todas as palavras conhecidas do vocabulário português para o lixo...E os locais “paulistinhas” (Também conhecidos por caipiras, com muito orgulho claro!) em animadas conversas perfeitamente entendidas em poucas palavras onde a palavra CHÉ cujo som onomatopéico é capaz de ser entendido perfeitamente.
Eu como ex-habitante da capital, o dito “Paulista!” (conhecidos por paulistanos da capital) Mudei de mala e cúia para cá em Porangaba, depois de 35 anos de “urbe”. Custamos a nos acostumar e por vezes sentimo-nos em algum lugar da China onde a linguagem é o mandarim, aliás, eu Davi Koiti Viana, ex-professor de português e projetista com uma bagagem considerável em Inglês e espanhol, alguma noção de Japonês e italiano, boiei como aquelas bostas em banheiro público onde o “obreiro” esquecera de dar a descarga...Custei a entender aquele estranho linguajar, digno daqueles códigos...Alguém lembra do “Zenit Polar?...Que brincavamos quando pequenos nas salas de aula do primário, várias vezes utilizada como colas naquelas provas difíceis, aquelas em que elaboradamente tentávamos esconder dos professores a nossa trapaça.
Hoje a muito custo, estou integrado ao meio onde vivo...E confesso que até é interessante a praticidade e orgulhosamente acabei me tornando um paulistinha honorário...Vocês não podem imaginar a alta expressividade do CHÉ, e ao modo caipira os sábados de conversa na pracinha central, com cigarrão de “paia” no canto da boca, sempre animadas passaram a ser muito divertidas para nós aqui de casa...Pela comodidade descobrimos que economizando palavrório aumentamos o conteúdo de todas as fofocas de nossa cidade.
Darei quatro exemplos, e leia-se sempre puxando o erre quando aparece...Paulistinha que se preza fala “morrrto”, “Porrrta”, “Merrrda”, “retarrrdado”, :

-Porrrque que isso vai serrr bom para a cidade? Resposta: Ché!!!! (tradução: Eu é que sei?)
-Você vai rrrealmente comerrr essa trolha? R: Ché?! (tradução: porque não?)
-Conseguiu sairrr com aquela “minina” que você estava azarando desde ontem? R: Ché... (Tradução: não...)
-Ocê atrasou o aluguel outrrra vez? R: Ché. (tradução: Sim.)

Viram como é prático a palavrinha Ché? Serve para qualquer tipo de resposta, seja ela afirmativa, negativa, advérbio, verbo, sujeito, conjunção, etc... Aqui "ché" é universal!
Prático não é?
Hein!!? Porque escrevi tamanha baboseira?
Ché!? (tradução: E eu sei lá?)’
Davi “El Brujo™”

Aprendiz


Num certo inverno
vieste a este mundo
viveste coisas que essa vida
proporciona nem sempre sorridente

Viste a natureza ao seu redor
E o tempo reger o turbilhão
De emoções colhidas
Brotadas e floridas

Ficaram experiências
De décadas inconstantes
De experiências boas
Algumas nos deixam saudades...

És aprendiz de existência
De uma vida nem sempre calorosa
De experiências ruins
Transformou-a em Lições

Aprendidas mas sempre sentidas
Lembradas numa ponta da alma
Essência da vida humana
Transformada em viver.

Davi “El Brujo ™”

Pernas



Pernas para que te quero
Quero para conhecer o meu caminho
Ou simplesmente seguir frente
E caminhar pela estrada adiante

Pernas para que te quero
Quero para completar os pés
Ou apenas para ajudar a sentir o solo
Revirar o chão de terra com os dedos

Pernas para que te quero
Quero para molhar no mar
Ou apenas caminhar na areia
E sentir as ondas de encontro a mim

Pernas para que te quero
Quero para me manter erguido
Ou apenas para ficar em pé
Parado observando ao meu redor

Pernas para que te quero
Quero para que as admire
Ou apenas para seduzir-te
Dançando ao seu bel prazer

Pernas para que te quero
Quero para me enroscar com as suas
Ou apenas sentir o seu calor
E seu corpo roçando contra o meu

Davi “El brujo™”

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Prisma




Prisma suspenso e esperançoso
Gotas reluzidas do brilho solar
Sorrindo no firmamento de leste a oeste
Daquelas águas chorosas lançadas ao céu
Nas multicores em sete emolduradas

Ouro que reluz no céu
Nos seus olhos breves semi-serrados
Vislumbrando o horizonte infinito
De uma fantasia infante
Correr às cores e ao seu destino

Ilusão suspensa colorida
Na água invisível do céu
Pairando no vapor de sua pureza
Do semi-círculo riscado no ar
Matizes incoerentes de um arco-íris

Brevidade de sua vida
Na tristeza de uma esperança
Da criança correndo inocente
Em busca de seu pote de ouro
Decepção da visão monocromática do nada


Davi “El Brujo™”
29/06/1994

domingo, 13 de julho de 2008

Chama

Este poema foi escrito há muito tempo atrás por mim... E desta vez resolvi recitá-lo... O nome deste poema é: Chama.




Davi “El Brujo”

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Universo


Vaguei pelas estrelas
Me guiei pela lua
Entregando o meu destino
Ao merecimento de estar aqui
De ser um filho do universo

Sou irmão das árvores e flores
Sou amparado pela natureza
E da minha luta diária eminente
Observo a minha mãe
Atarefada a libertar o sol

Estender a manhã
Servir o orvalho
Silenciar os grilos
Retirar as estrelas
E guardar a lua.

Davi “El Brujo™”

Inverno



Aquele inverno
Das folhas no chão, caidas
Isolaram a terra dos meus
passos
Na terra que raramente sinto

Gelará pelo frio do
dia
Nas árvores e seus galhos
Nos troncos que surgem em riste
Nus de
suas folhas

Que desolam as paisagens
Do verde ao marrom
E do
branco da geada
Desta fria manhã

Davi “El Brujo™”

sábado, 5 de julho de 2008

Despertei...


Acordei

 

Em mim com aquele vazio

Denunciado por abismos

De suicídios figurados

 

Vividos...

 

Três vezes ao dia pensados

Em etapas ilustradas

 

Fiz de conta de manhã

 

Nem sei...

 

Fiz de um ideal a tarde

 

Talvez...

 

Fiz morrer em vida a noite

 

Adormeci...

 

Sem saber da falta que me fez

 

Sofri...

 

Desfeito ao meu prazer

 

Morri...

 

Nos meus atos em pauta

Aquele vazio me acolheu

Aquela moldura me limitou

 

Daquela vida que encolheu

Da morte que me rondou

Deu-me alternativa sem escolha

Estou vivo!

 

Despertei...

 

 

Davi “El Brujo™”

Sombra


A Noite busco minha inspiração,
De noite fico pardo como todos os gatos nos becos,
Na minha noite a realidade se torna silenciosa mas jamais inativa
Num lampejar de luzes 
Ficam as penumbras a me perseguir

De noite rodo pelas ilhas urbanas
Vejo os postes e sua luz tornarem-se vivos,
As ruas tornarem-se rios 
Numa variedade de sombras 
Aperto meus passos para deles fugir

Corro! E é inútil que eu tente
Deixar para trás a minha sombra
Faz parte de mim o dia que vai nascer
Metamorfoseando a sombra da luz da noite
Em sombras da claridade do dia.

(Davi “El Brujo™”)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Venta ao Tempo

De um tento intenso

Imenso sentimento

Num intuito     

Invento meu elemento

De vento ao tempo

Sopra a lento

Jogar um beijo ao vento

Levado ao relento.

 

(Davi “El Brujo™”)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Vício Eletrônico (Crônic@)


O que poderia dar novo destino as nossas vidas?

Acabar com o tédio diário e as nossas imensas obrigações?

Será que as organizações “Tabajara” tem algum equipamento milagroso a ponto de apontarmos os dois polegares para o alto, fazer aquela cara idiota com sorriso forçado e esperar aquela frase “Seus Problemas acabaram!”? Chegou o novo “Tédio Exterminator” das Organizações Tabajara! Ê coisa Non-sense!

Tiro a base por mim que tenho trabalhado praticamente de sol a sol, tenho notado as dificuldades de como é complicado manter-se integro neste mundo em que vivemos, crise...crises...problemas e problemas, filhos, escola, empresa, arghhh!!!! Contas e afins...Eu poderia dizer que adoro tudo isso, mas quando é que eu vou viver um pouco? O tempo que tenho é gasto tentando contornar os problemas cotidianos, principalmente os financeiros e a verdade deve sempre ser dita e perguntada:

Quem é que não os tem?

Quem é que não precisa do vil metal para sobreviver?

Em resumo: Não tenho tempo, mas achei tempo para internet...

Ainda mais eu que trabalho com essas “maquininhas” maravilhosas, fascinantes, hipnóticas e sei que sou privilegiado por ter dois micros com internet em casa. Um eu uso para trabalhar, escrever os meus poemas e crônicas o outro para que os filhos e esposa me deixem em paz e sem interrupções. De qualquer forma acabamos encontrando tempo para isso e reclamo sempre que não tenho tempo, faço tudo praticamente tudo entremeado aos meus afazeres...Não é estranho?

Sou íntimo de talvez centenas de pessoas que só converso, quero dizer teclo! Nunca ouvi a voz, vez ou outra, observamos estáticos eu e você diante da tela retangular tremeluz, hipnótica que aproxima as pessoas virtualmente e que também cria ilusões ou que torna possível a visita daquele parente e amigos que você não vê há anos...Que causam, ou melhor, podem causar problemas de dependência eletrônica.

São ilusões e alegrias, afinal na internet você é quem quer ser: pode ser rico, sarado, preto, branco, bonito, tem "pinto grande" e ser furiosamente fogoso ou ser "gostosa, modelo de beleza", devidamente retocadas por Photoshop...Mera ilusão eletrônica.

Eu particularmente, não entendo o porque dessa necessidade de ser tudo o que a pessoa imagina, se tudo isso é ilusão. Eu procuro ser autêntico possível, porém sempre me reservando a não passar os problemas que passo no dia-a-dia, assim como todos passam, mas daí sair pela net, dizendo o que não sou, isso eu não faço. A internet hoje, chats, MSN e afins, podem de certo aproximar as pessoas, pois há tempos não se falavam, ou lhe faltavam a coragem de sair caçando amizades ou qualquer outro tipo de relacionamento, pode matar saudades, mas a distância física continua.

O PC hoje faz parte quase que indissolúvel das nossas vidas, nosso sol eletrônico que brilha por 24 horas se realmente você quiser e é quase instrumento de tortura psicológica e altamente prejudicial quando a abstinência cai diante de nós, talvez seja uma nova droga a ser controlada.

 

Davi “El Brujo™”

terça-feira, 1 de julho de 2008

Choram as Rosas... (Crônica)


Ontem pela manhã, quando vi um jovem casal se abraçando aqui em frente da loja, lembrei de uma reportagem que havia lido num jornal ou revista dias atrás. Era sobre um outro casal, de agora já velhinhos, que estavam completando 50 anos de casamento. A família havia feito uma festa onde celebrava e testemunhava aquela relação como uma passagem feita de amor. Estendia-se a reportagem com o depoimento dos cônjuges, e a ilustrava uma foto onde se percebia a ternura no olhar de ambos.Fiquei refletindo sobre o que somos... Quantos amores e romances começam, mas quantos seguem?Quantos se resumem a um dia. Há aqueles de alguns meses, outros de uns poucos anos e alguns terminam depois de décadas. Mas alguns ficam e não perecem jamais. Passam as pessoas, consomem-se as vidas, mas nada termina aquela união. São dois corações que se fizeram um só, às vezes, se odiando e cada um do seu lado, separados mas ligados, amor oculto, amor ingrato ou simplesmente gostar....Não nascemos para viver sozinhos, machuca a solidão. Precisamos de contato, amor, carinho, compreensão. Nos ressentimos se não temos amizades, apertos de mão, sorrisos e elogios. Bom ouvir “olás e ois”, “como vais?” “tudo bens”? Queremos um aconchego, precisamos de cumplicidade e de olhares de aprovação ou de crítica das pessoas que gostamos. Parece ser bom namorar, diversas vezes até, conhecer novas pessoas. Amadurece, dá noções, pesos e medidas. Descobrem-se os limites, o que realmente se procura mas desde que seja real e não fantasias.Mas é triste ver aqueles amores perenes, que se constituíram como projetos de vidas acabarem-se.Alguns de forma rápida, intempestiva, como um vento que vem rápido e forte: resulta em rosas que restam despedaçadas pelo chão. Observo no meu quintal, aquela roseira, ora bela e carregada de flores, ora triste e no chão ao redor coberto de pétalas desprendidas do que um dia foram rosas...Outros terminam aos poucos, vão esfriando devagar, até que não reste mais nada. Como rosas que perdem suas pétalas...uma de cada vez. Ás vezes até restam juntos, os outrora amados, mas agora sem mais cor, graça e calor.Passam os tempos e enquanto o sol e a lua alternam-se no céu, como cúmplices, calados e impassíveis, testemunham que aqui na Terra, são muitas as vezes em que choram as rosas...

Davi "El Brujo™" 25-01-2005.